A porção desta Shabbat (Parashat Vayetzei) menciona várias coisas, porém uma das passagens mais misteriosas dessa leitura está justamente naquilo que chamado de “A Escada de Jacó”, uma visão que o patriarca teve em uma espécie de “sonho” que descreve uma espécie de escada, que ficava entre o Céu e a Terra, por onde anjos subiam e desciam entre outras coisas. A kabbalah revela que essa passagem possui vários sentidos, um dos sentidos é justamente o mencionado na passagem literal, essa “escada” de fato funciona como uma ferramenta de transporte espiritual entre uma dimensão a outra, assim como a oração do Kadish ou a imersão em um Mikve (Piscina de Purificação) que funcionam como uma espécie de “elevador espiritual”. Outra explicação a respeito dessa visão é ligada a algo muito próximo a nossa própria estrutura física e espiritual e a nossa origem a partir da Unicidade Divina.
Segundo a kabbalah a verdadeira Unidade Divina, fenômeno que uniu o povo judeu por milhares de anos não se trata simplesmente do acreditar cegamente em um único princípio Criador, mas em compreender que a Unidade Divina só pode existir através da diversidade Divina. Para compreender esse conceito podemos observar através dos textos bíblicos em Deuteronômio 14:1 a expressão “Tu és filho de יהוה ” (se pronuncia Adona-i), de acordo com o Ari (Rabino Isaac Luria) no Sha’ar HaGuigulim (O Portal das Reencarnações) obra prima da kabbalah deixada por seu principal aluno Rabbi Haim Vital no séc. XVI, essa expressão significa na verdade que “Todas as almas emergiram ou seja, brotaram (nasceram) do Nome Sagrado יהוה “.
Como sabemos cada letra hebraica equivale a um valor numérico, e os valores numéricos do Nome Adonai são 10 (י) 5 (ה) 6 (ו) 5 (ה). Por incrível que pareça, o valor numérico deste Nome Sagrado é exatamente o mesmo do DNA que é descrito cientificamente pelas quatro letras ACGT. A partir dessas quatro letras, é que emerge o que a ciência considera como a “matéria prima” da origem dos aminoácidos, que por sua vez formam às proteínas e blocos estruturais que fazem eu ou você algo vivo.
DNA o Tetagrama e a Árvore da Vida
Observando esta máxima, vemos que em todos os seres vivos existe um “selo” científico e Divino do Nome de Dús, essa escada do DNA que possui suas origens segundo os kabalistas no próprio sistema da Árvore da Vida (as 10 Sefirto) que pode ser observado nos textos bíblicos através dessa visão de Jacó e que pode ser ainda melhor compreendida ao traçarmos um paralelo entre os 10 Pronunciamentos Divinos. A tábuas da Lei foram das em duas pedras, com 5 mandamentos em cada, ao alinharmos paralelamente cada pronunciamento da pedra direita com a da esquerda vamos encontrar uma espécie de diálogo entre os textos.
O primeiro preceito (A certeza na Unicidade Divina) ao equiparar com o 6 preceito (Não Assassinarás) corresponde ao conceito mais fundamental da vida e dos nossos relacionamentos que está fundamentado no respeito a vida. Somente quando passarmos a enxergar no outro esse “selo Divino” o DNA que carrega o próprio Nome Sagrado é que vamos conseguir cumprir com o primeiro dos 10 mandamentos de forma verdadeira. Se o individuo que estuda a Torá não conseguir enxergar que existe uma conexão direta entre esses dois preceitos o individuo não entendeu absolutamente nada do que ensinou o profeta Moises.
